Bolsonaristas de Joinville repetem Roberto Alvim e fazem cosplay de Nazis


Uma cena dantesca em Joinville: participantes de atos antidemocráticos se inspiram em Roberto Alvim e lançam cosplay de nazis em plena avenida. Veja:

Anedotas a parte, o caso é grave. Em pleno 2022, ano da tecnologia, vemos zumbis ideológicos requentando a lavagem ideológica derrotada pelos aliados em 1945. Ainda mais em uma cidade com histórico de nazismo, a exemplo de tantas outras que receberam levas de imigrantes alemães no Sul e Sudeste. O espírito iliberal dá o tom da nova direita, influenciadores políticos se sentem a vontade para defender absurdos como a suposta virtude do feudalismo. Em meio a enxurrada reacionária, o nazismo e fascismo se mostram aqui e ali.

É preocupante que uma sociedade que se pretende democrática permita a ação de grupos que conspiram contra a Constituição, fomentando sedição, golpe de estado e uma salada tóxica que mistura fundamentalismo, autocracia e sebastianismo tardio. Estes delírios escalaram a ponto de que se diga, sem constrangimento algum, que pobres devam ser abandonados a própria sorte em caso de voto no PT nas últimas eleições. Um destes cidadãos de bem se filmou humilhando uma humilde diarista alegando que não daria mais marmitas para a senhora, que a próxima marmita deveria ser pedida ao presidente Lula. 

Não é só a imoralidade, a violência fascistoide também se faz presente. Bloqueios criminosos nas estradas impedem trabalhadores de chegar a seu destino, pacientes em tratamento não conseguem cirurgias, adolescentes e crianças a caminho da escola são assediados e policiais são agredidos com barras de ferro e atingidos por tiros daqueles que juram usar armas de fogo apenas para a legítima defesa.

É evidente que a derrota da milícia no já longínquo 30 de outubro foi apenas uma etapa desta guerra infinita contra o fascismo. Sim, o bolsonarismo é apenas uma variante doméstica deste pensamento podre que sistematiza a barbárie. Representa o espírito de porco que sempre fez parte de nossa estrutura social, que moldou nossas instituições desde que a colonização deste território entrou nos planos da coroa portuguesa. É a compreensão de que o poder se mantém com chicote par proteger seus iguais em indignidade. 

É muito louco pensar que este grupo político sempre está as voltas com estas simbologias, seja no cosplay de Goebbels feito por um ministro de estado em um vídeo institucional, seja pelo secretário da presidência fazendo apito de cachorro para que supremacistas saibam: Jair está com vocês. Quem está nas ruas defende um presidente pouco afeito ao trabalho que recebeu a herdeira do ministro das finanças da Alemanha Nazista com pompa e circunstância. Claro, Beatrix von Storch foi apresentada como "conservadora e cristã", termo vazio que dá verniz de normalidade e arrasta para a imundície aqueles elementos que o bolsonarismo detesta em seu íntimo: os evangélicos brasileiros, majoritariamente pretos, pardos e pobres.

O desafio desta geração não é exatamente derrotar Bolsonaro, este já foi removido da presidência e pode ser retirado do jogo político pela justiça. Nossa meta deve ser derrotar este espírito maligno que capturou a alma de nossos compatriotas, divorciando indivíduos da realidade e permitindo que o evangelho da morte pregado pelo nazifascismo seja anunciado a plenos pulmões. Não há previsão para este discurso na liberdade de expressão garantida pela Constituição brasileira, esta fé criminosa deve ser objeto de implacável atuação da justiça. Se a política brasileira se polarizou de forma tão acentuada que colocou Leo Péricles e João Amoedo na mesma trincheira, a razão é simples: lutamos uma guerra santa contra os infiéis na democracia. Se escandalizar com estas manifestações não é suficiente, nosso dever é fazer com que nazifascistas voltem a ter medo de assumir sua torpeza em público.[left-sidebar]

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