A falta de transparência que esconde um crime contra a criação




Notícia do Poder360:

Governo demite chefe de monitoramento do InpeLubia Vinhas foi exonerada
Área desmatada bateu recorde
1.034 km² destruídos na Amazôni
a
O governo demitiu nesta 2ª feira (13.jul.2020) Lubia Vinhas do cargo de coordenadora-geral de Observação da Terra do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
A demissão foi anunciada dias depois do alerta emitido pelo Inpe em relação ao recorde no desmatamento da Amazônia no mês de junho. Foram 1.034,4 km² desmatados só no mês passado. Trata-se do maior valor mensal de toda a série histórica, iniciada em 2015.
Os dados de satélite servem de auxílio para fiscalizar onde pode estar havendo crime ambiental.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, a demissão de Lubia representa intervenção do governo no Inpe.
“Não é segredo para ninguém que o governo deseja intervir no Inpe. A demissão ruidosa de Ricardo Galvão impediu isso, mas a exoneração de Lubia Vinhas pode ser 1 indicativo de que o plano nunca foi abandonado. Que isso ocorra em plena aceleração do desmatamento, quando o governo precisa conter ameaças de desinvestimento, é sinal de que Jair Bolsonaro parece estar tratando as preocupações do agronegócio e dos investidores como trata as dos brasileiros aterrorizados pelo coronavírus. Nossa economia encontra-se em risco extremo. Infelizmente para o presidente e o ministro Marcos Pontes há vários outros sistemas de monitoramento da Amazônia operando. Como no caso da tentativa de esconder dados da covid-19, qualquer investida contra o Inpe já nasce condenada a fracassar”, afirmou Astrini, em nota.

Pois é. Não é a primeira vez que o governo Bolsonaro recorre a exonerações para intimidar os que desejam expor dados negativos. O próprio presidente chegou a declarar que estes dados deveriam ser reportados de forma "interna" afim de não prejudicar a imagem do Brasil no exterior. Sim, Bolsonaro sabe que os dados são ruins. Mas reparem, sua preocupação não é com a consequência imediata para os brasileiros e para o meio ambiente. A preocupação do tirano é com o acordo entre União Europeia e Mercosul.

Aliás, esta declaração se deu no episódio que envolveu o físico e engenheiro ambiental Ricardo Galvão. Ex-diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Galvão foi demitido pelo presidente por fazer o seu trabalho. Bolsonaro bem que tentou intimidar Galvão com suas falas ameaçadoras, mas o linguajar miliciano só deixou o cientista ainda mais apegado a sua missão. Caiu, mas de pé. De lá para cá o ex-servidor é constantemente sondado por veículos de imprensa internacionais para falar dos descalabros ambientais tocados pelo governo Bolsonaro.

Sim, a barbárie contra os recursos naturais é fomentada pelo presidente em pessoa. Bolsonaro não só escalou um entusiasta do desmatamento e da mineração predatória para o Ministério do Meio Ambiente como também se encarregou de garantir que o garimpo estendesse suas garras até as reservas indígenas. Foram simpatizantes de seu governo que incendiaram trechos de floresta de forma criminosa naquilo que se tornou conhecido como "Dia do Fogo". Pouco depois simpatizantes do governo usaram fake news para acusar ONGs ambientalistas de provocarem os incêndios, no meio da bagunça alguns ativistas foram presos no Pará de forma espetaculosa se descobriu que o delegado bolsonarista forçou a barra e prendeu sem provas. Os ativistas foram soltos, o governador trocou o delegado do caso e ninguém tocou mais no assunto, ainda que ninguém esqueça que o presidente da República acusou o ator Leonardo Di Caprio de financiar os responsáveis por incêndios na Amazônia.

Ao demitir mais um nome técnico do INPE por discordar da transparência e autonomia que são típicas em áreas estratégicas, Bolsonaro demonstra (mais uma vez) seu desejo de que prevaleça a mentira enquanto ele condescende com a degradação da criação. O detalhe infame é que isto só foi possível porque o INPE não é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e sim a pasta de Ciência e Tecnologia, que por enquanto tem como titular o astronauta Marcos Pontes. Se dependesse do sádico Salles o órgão existiria apenas nas páginas da história. Desde que assumiu a pasta que o anti-ambientalista faz as vezes de carrasco da natureza e jagunço do presidente. Salles assumiu sua posição de raposa cuidando do galinheiro na reunião do dia 22 de Abril, quando sugeriu que o governo aproveitasse a preocupação da imprensa com a pandemia para "passar a boiada" no Meio Ambiente - o que pode incluir a autorização de garimpo em reservas indígenas e pecuária em áreas de preservação na Amazônia. Só não causou surpresa porque o mesmo Salles enojou os despertos quando se encontrou com madeireiros após o incêndio de um carro do IBAMA.

A lógica predatória que povoa as trevas da mente do presidente e seu ministro não só atrapalham a economia brasileira, o desenvolvimento e o agronegócio como conspurcam a criação. Sim, Deus foi o criador de todas as coisas e nos confiou o mundo para que o cuidássemos como um jardim como está em Gênesis 2:15: "E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar". Nossa função aqui não é de vandalizar como se fossemos uma horda de black blocs, mas zelar por aquilo que de graça recebemos para usufruto. Fomos incumbidos do exercício de uma gestão responsável por meio do domínio conferido por Ele em Gênesis 1.26, para o louvarmos com nossa vida e transmitirmos para as próximas gerações. Se o homem por vezes destrói isso não guarda qualquer relação com o domínio ou legitimidade conferida por ele, sendo mais uma expressão do pecado que poluí e degrada nossas almas. Temos portanto que enfrentar o pecado também nesta seara, preservando para louvar a Deus e transmitir o que recebemos para as próximas gerações. Considerando que o governo Bolsonaro vai pelo caminho oposto, este é mais um ponto em que o cristão deve se opor a ele.[left-sidebar]
Tecnologia do Blogger.